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Por que música boa causa arrepio?

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

É fascinante observar como uma simples sequência de notas e ritmos pode provocar uma reação física tão intensa e universal como o arrepio. Para a maioria dos músicos, essa sensação, conhecida cientificamente como frisson ou “calafrio estético”, é a prova viva do poder inigualável da arte sonora.

A neurociência das emoções oferece uma explicação clara e profunda para esse fenômeno que transcende o mero gosto pessoal, ativando circuitos primários de prazer e recompensa no cérebro humano.

O arrepio musical é essencialmente uma resposta fisiológica involuntária desencadeada por um processamento cerebral complexo. Estudos de neuroimagem mostram que, quando uma música causa frisson, há uma ativação simultânea de diversas áreas cerebrais. Estruturas como o núcleo accumbens, a amígdala e o hipotálamo, que fazem parte do sistema límbico, responsável pela regulação das emoções e sensações de prazer, são envolvidas.

Essa ativação intensa está ligada à liberação de dopamina, o neurotransmissor do prazer e da recompensa, que também é liberado em momentos de grande satisfação, como sexo, alimentação ou experiências gratificantes.

O que acontece é que a música “fura” os filtros racionais e acessa diretamente esses centros emocionais do cérebro. A sensação de arrepio frequentemente ocorre em momentos de surpresa e expectativa que são subvertidas, como uma mudança súbita de harmonia, um crescendo dramático ou a entrada inesperada de um instrumento. O cérebro antecipa o que virá em seguida, e quando essa expectativa é recompensada ou quebrada de maneira emocionante, o sistema de recompensa é ativado, gerando o arrepio. Outro fator crucial é a memória afetiva; quando uma melodia está associada a um momento emocionalmente marcante, o cérebro reencena as sensações do passado com uma intensidade quase física, ativando o hipocampo e a amígdala.

A definição do que é “boa música” — aquela que arrepia — é onde a ciência encontra a subjetividade. A música, de um ponto de vista técnico, é uma criação com uma função comunicativa, seja ela entretenimento, expressão emocional ou ambientação. No entanto, cientificamente e culturalmente, a “boa música” não é definida apenas por seu desenvolvimento técnico perfeito, mas sim por sua capacidade de cumprir sua função e evocar uma resposta emocional intensa no ouvinte. Pesquisas indicam que as pessoas que frequentemente sentem arrepios com a música possuem uma maior conectividade de fibras nervosas entre o córtex auditivo, que processa o som, e áreas ligadas às emoções, como o córtex insular anterior e o córtex pré-frontal. Isso sugere que a boa música é, em parte, aquela que encontra um cérebro mais predisposto a traduzir o estímulo sonoro em experiência emocional e prazer.

Portanto, para a ciência das emoções, a “boa música” é um encontro: é a arte que, através de elementos estruturais como surpresa, expectativa e ressonância com a memória afetiva, consegue ativar o sistema dopaminérgico do cérebro, inundando o ouvinte com prazer.

Não se trata de um gênero musical específico, mas sim da composição que consegue, independentemente da complexidade, quebrar barreiras lógicas e gerar uma reação intensa e inconfundível, o calafrio que percorre a espinha e confirma o poder da música. Para o músico, essa é a validação de que o som é, de fato, a linguagem mais direta do coração e do cérebro.

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