Saiba por que 1º de outubro é comemorado o Dia da Música | Musixe.com

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

Quem nunca parou para ouvir uma canção e se conectou com ela, sentindo entusiasmo, vibração, alegria ou calmaria, reflexão, introspecção? A música não é barulho; é uma das formas de arte mais antigas e complexas da humanidade. Se você já quis entender o que está por trás de uma melodia, este é o lugar certo.

Hoje, no Dia da Música — celebrado oficialmente em 1º de outubro —, vamos desvendar, de forma simples e direta, como a história se encontrou com a matemática para criar o universo que conhecemos como música.

O dia

A escolha do dia 1º de outubro como o Dia Internacional da Música é um ato de reconhecimento global. A data foi estabelecida em 1975 pelo Conselho Internacional de Música (IMC), uma organização não governamental parceira da UNESCO.

O objetivo do IMC era celebrar a importância da música em todas as culturas e promover a arte musical entre todos os povos. O dia foi escolhido em homenagem a Yehudi Menuhin, um dos maiores violinistas do século XX e o primeiro presidente do IMC, que nasceu em 1º de outubro. Ou seja, é um dia para celebrar a arte e a sua capacidade de unir o mundo.

A Música na História: dos Gregos à matemática

Se voltarmos no tempo, veremos que a música sempre teve um papel central. Os primeiros instrumentos, como flautas feitas de ossos, datam de mais de 40 mil anos! Mas a organização real dos sons, o que chamamos de teoria musical, começou a ganhar forma na Grécia Antiga.

Foi o filósofo e matemático Pitágoras quem fez a descoberta fundamental: a música não é mágica; é matemática. Ele percebeu que as notas que soam bem juntas (consoantes) estão relacionadas a proporções matemáticas simples. Por exemplo, dividir uma corda exatamente ao meio gera uma nota que soa perfeitamente harmoniosa com a original, o que hoje chamamos de oitava.

E o que a filosofia diz sobre isso? Filósofos como Platão e Aristóteles viam a música como essencial para a educação e para o caráter. Para eles, a música tinha o poder de moldar a alma das pessoas e, por consequência, o bom funcionamento da sociedade.

Os blocos de construção do som

Para quem está de fora, nomes como “escalas” e “arpejos” parecem coisa de outro planeta. Mas, na verdade, são apenas os tijolos com que construímos a casa da música.

A Escala: O Alfabeto da MelodiaUma escala é simplesmente uma sequência organizada de notas que sobem ou descem. Pense nela como o abecedário musical. A mais famosa é a escala maior (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó). A forma como estas notas estão espaçadas (os tons e semitons) define o “sabor” da música;

Modos Gregos: Mais Sabores Para a EscalaLembra-se da escala maior? Se você começar essa mesma sequência de notas a partir de outra nota (por exemplo, a partir do Ré, em vez do Dó), você terá um dos Modos Gregos (Dórico, Frígio, Lídio, etc.). Eles são apenas a mesma escala tocada a partir de pontos de partida diferentes, dando a sensação de alegria, tristeza, mistério ou tensão à música;

O Arpejo: A Escala DesconstruídaO arpejo é uma forma de tocar as notas de uma escala ou acorde de maneira separada, uma após a outra. É como se você estivesse “espalhando” as notas no tempo, criando um efeito elegante e fluido, muito usado em introduções de piano e solos de guitarra.

O Acorde: A Harmonia no InstanteUm acorde é quando tocamos três ou mais notas simultaneamente. É o que dá volume e profundidade à música. Na maioria das vezes, um acorde é construído empilhando notas a partir de uma nota base, pulando uma nota da escala a cada passo (por exemplo, Dó, Mi e Sol).

O Campo Harmônico: O Time de Futebol dos AcordesO campo harmônico é o conjunto de todos os acordes que podem ser construídos a partir de uma determinada escala. É como se fosse o time de futebol daquela música: todos os acordes são “parentes” e se combinam de forma natural e agradável.

Entender a música, mesmo que superficialmente, é reconhecer que por trás de toda emoção existe uma estrutura lógica. No Dia da Música, celebramos não só o som, mas a genialidade humana de organizar a vibração em algo tão belo e significativo.