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Existe Mi Sustenido?

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

Existe Mi Sustenido. E não é uma pergunta, agora, é uma afirmação! Este é um ponto crucial e intrigante da teoria musical, pois levanta questionamentos sobre a necessidade de uma nota que, sonoramente, se assemelha a outra já existente.

A lógica teórica por trás do E# reside na estrutura do sistema musical ocidental, construído sobre uma grade de 12 semitons. A notação musical busca representar não apenas a altura do som, mas também a sua função harmônica e melódica dentro de um contexto específico. Os acidentes, como o sustenido (♯), que eleva uma nota em um semitom, e o bemol (b), que a abaixa em um semitom, são ferramentas fundamentais nessa representação. Seguindo essa lógica, o Mi sustenido (E♯) é teoricamente um semitom acima do Mi natural (E).

A necessidade do E# se torna evidente na formação das escalas diatônicas (maiores e menores naturais), que seguem um padrão específico de intervalos. Uma regra fundamental na escrita dessas escalas é que cada grau deve ser representado por uma letra diferente. Ao observarmos a escala de Fá sustenido maior (F#, G#, A#, B, C#, D#, E#, F#), percebemos que a substituição do E# por F natural resultaria na repetição da letra “F”, violando a convenção de notação. Portanto, para manter a integridade teórica e a clareza na representação da estrutura intervalar dessa escala, o sétimo grau deve ser notado como Mi sustenido, cumprindo a função de sensível e evitando a repetição de notas com o mesmo nome dentro da escala.

A enarmonia, a relação entre duas notas com nomes diferentes que possuem a mesma altura sonora, exemplificada pelo Mi sustenido e o Fá natural, tem implicações importantes. A escolha entre notas enarmônicas frequentemente depende do contexto harmônico da música. Em tonalidades de Fá sustenido maior ou em acordes construídos sobre ela, o Mi sustenido representa claramente a função do sétimo grau (sensível), criando tensão e resolução em direção à tônica. Em partituras, o uso do Mi sustenido em contextos específicos facilita a leitura e a compreensão da estrutura harmônica para o músico, indicando sua função de sensível de forma inequívoca.

Assim como o Mi sustenido, outras notas enarmônicas, como Si sustenido (B#) e Dó natural (C), Dó bemol (Cb) e Si natural (B), e Fá bemol (Fb) e Mi natural (E), existem e desempenham papéis semelhantes. Em todos esses casos, a escolha da notação é ditada pela necessidade de manter a progressão alfabética das notas dentro de uma escala ou pela clareza da função harmônica de uma nota em um acorde. A “polêmica” em torno do Mi sustenido e outras notas enarmônicas reside em sua redundância sonora com outra nota já existente. Contudo, a música transcende a mera acústica, focando nas relações entre os sons. A notação musical busca refletir essas relações e a função de cada nota em um contexto específico. Embora possa parecer desnecessário, o uso do Mi sustenido é fundamental para representar corretamente a estrutura intervalar das escalas, indicar a função harmônica, e facilitar a leitura e compreensão da partitura.

Em suma, o Mi sustenido, embora possa ser incomum, possui uma lógica teórica consistente e um papel importante na representação precisa da música escrita, especialmente em tonalidades que demandam sua utilização para manter a integridade da notação e a clareza das funções harmônicas.

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