O que são intervalos na música? | Musixe.com

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

Intervalos musicais é a distância entre uma nota musical e outra. Ou talvez tenha ouvido um acorde e percebido como as notas se encaixam, criando uma sonoridade única? Essa “distância” e esse “encaixe” são o que chamamos de intervalos musicais, a espinha dorsal da canção. Imagine cada nota como um ponto no espaço sonoro; o intervalo é a linha invisível que conecta esses pontos, definindo a melodia que nos emociona e a harmonia que nos envolve.

Para entender essa “dança”, pense em duas notas quaisquer. A diferença de altura entre elas é o nosso intervalo. Se as notas são tocadas uma após a outra, como em uma melodia de um pássaro cantando (por exemplo, um “dó” seguido de um “ré”), temos um intervalo melódico. Agora, se essas duas notas soam juntas, como duas cordas vibrando em uníssono em um violão (um “dó” e um “mi” tocados ao mesmo tempo), experimentamos um intervalo harmônico.

Mas não basta apenas dizer que há uma distância. Precisamos medir essa distância, dar-lhe um nome e entender sua qualidade. É aí que entram em jogo a quantidade e a qualidade dos intervalos. A quantidade nos diz quantas notas “pulamos” em uma escala musical para chegar da primeira à segunda nota. Se pulamos nenhuma nota, é uma primeira (ou uníssono), como duas pessoas cantando exatamente a mesma nota. Se pulamos uma nota (como ir de “dó” para “ré”), temos uma segunda. Pulando duas (“dó” para “mi”), uma terça, e assim por diante até a oitava, onde a nota se repete, só que mais aguda ou mais grave.

A qualidade, por sua vez, adiciona cor e sabor a essa distância. Imagine que todas as “segundas” fossem iguais; a música seria bem monótona! É a qualidade que diferencia uma segunda “alegre” (chamada maior) de uma segunda mais “tensas” (como a menor ou a aumentada). Assim como temos diferentes tons de azul, temos diferentes “tons” de intervalos. Alguns soam estáveis e agradáveis, como os intervalos justos (presentes nas primeiras, quartas, quintas e oitavas) e os maiores. Outros trazem uma sensação de tensão ou melancolia, como os menores, aumentados e diminutos.

Na prática!

Pense na melodia de “Parabéns pra Você”. A distância entre o primeiro “Pa-ra-” e o “-béns” é um intervalo específico, que contribui para a alegria da canção. Ou imagine um acorde de violão; cada par de cordas vibrando juntas cria um intervalo harmônico, e a combinação desses intervalos define se o acorde soa feliz, triste, misterioso…

Entender os intervalos é como aprender as cores primárias da música. Com eles, podemos decifrar as melodias que nos tocam, construir harmonias que nos emocionam e, para quem se aventura na composição ou improvisação, ter um vocabulário rico e expressivo à disposição. Da simples melodia infantil à complexa sinfonia, os intervalos são a linguagem secreta que une todas as notas em uma dança sonora fascinante.