Graças ao primo de Jesus Cristo hoje temos as notas musicais | Musixe.com

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

Imagine um cenário improvável: a música, como a conhecemos, poderia simplesmente não existir sem a ajuda de um monge perspicaz que, inspirado em São João Batista, primo de Jesus Cristo, teve uma epifania sonora ao observar… hinos religiosos! E o mais curioso é que as notas que usamos até hoje foram inspiradas no primo de Jesus, aquele mesmo João que o batizou às margens do rio Jordão.

Estamos falando de Guido d’Arezzo, um monge beneditino do século XI, apaixonado por música e didática. Guido percebeu que ensinar cânticos religiosos sem uma notação clara era um caos. Os monges acabavam aprendendo tudo “de ouvido”, mas o aprendizado era lento e impreciso. Isso incomodava tanto quanto uma orquestra sem maestro. Foi quando Guido teve a sacada: ele iria simplificar a vida musical para todos (e, no fundo, provavelmente ganhar alguns pontos extras com o abade!).

Inspirado em João Batista

Agora, vamos para o cerne da nossa história: Guido observou que o hino “Ut queant laxis” — dedicado a São João Batista — era a chave para sua ideia brilhante. Este hino começava cada verso com uma sílaba diferente, todas correspondendo a uma nota musical ascendente. Ao cantar o primeiro verso, você automaticamente entoava a primeira nota, no segundo verso, a segunda nota, e assim por diante. Uma revelação que fez Guido quase dançar de felicidade em sua cela monástica!

E assim surgiram as primeiras seis notas:

• Ut queant laxis (nota Dó)
  
• Re sonare fibris (nota Ré)
  
• Mi ra gestorum (nota Mi)
  
• Fa muli tuorum (nota Fá)
  
• Sol ve polluti (nota Sol)
  
• La bii reatum (nota Lá)

Guido ainda usou “Ut” no lugar do moderno “Dó”, mas, tempos depois, achou que “Dó” soava melhor (e, convenhamos, é muito mais musical). Quanto ao “Si”, ele só veio a surgir depois, com a combinação das letras de “Sancte Ioannes” para fechar a escala.

A Revolução das Notas

Com esse sistema, o aprendizado musical ficou muito mais fácil. Agora, os alunos poderiam associar cada nota a uma sílaba específica e segui-las de forma visual. Essa invenção de Guido facilitou a leitura musical e foi o embrião do que se tornaria a notação moderna, essencial para qualquer músico do mundo. O resultado? Guido entrou para a história e transformou a vida musical, tanto para os cantores do seu mosteiro quanto para o futuro da música ocidental.

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