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Descubra como a musicoterapia auxilia no tratamento do autismo

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

A música, linguagem universal que transcende culturas e épocas, é também uma poderosa ferramenta terapêutica na Musicoterapia. Esta prática, fundamentada na utilização dos elementos musicais – som, ritmo, melodia e harmonia –, busca promover transformações significativas em aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais. Através de intervenções personalizadas e baseadas em evidências, o musicoterapeuta cria um espaço seguro e acolhedor para que o paciente explore seu potencial, expresse suas emoções e alcance maior qualidade de vida.

Embora ambas as práticas envolvam o uso da música, a Musicoterapia e a musicalização infantil possuem objetivos e métodos distintos. De acordo com o musicoterapeuta Rafael Isaías de Andrade, a diferença é que a “musicalização visa introduzir a criança ao mundo da música, preparando ela para aprender um instrumento, sem fim terapêutico. Já o musicoterapeuta utiliza a música como recurso clínico, atua em questões emocionais, comportamentais ou de saúde”, disse.

A Musicoterapia se destaca por sua versatilidade e aplicabilidade em diversas áreas. Na gerontologia, promove a memória, a interação social e a qualidade de vida em idosos, especialmente em casos de demências como o Alzheimer. Na psicanálise, explora emoções e memórias inconscientes, utilizando a música como um canal expressivo. No âmbito organizacional, melhora a dinâmica de empresas e equipes, promove o bem-estar e reduz o estresse no ambiente corporativo. Na neurologia, auxilia na reabilitação pós-AVC, controle de dores crônicas e doenças como Parkinson e Alzheimer, estimulando a neuroplasticidade. Na saúde mental, auxilia no manejo da ansiedade, depressão, fobias e distúrbios alimentares. Na educação especial, apoia indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), deficiências intelectuais e sensoriais, promovendo a comunicação e a autonomia. Na reabilitação física, estimula a coordenação motora, a reabilitação pós-trauma e a recuperação funcional. Na pediatria, atua no desenvolvimento motor, cognitivo e social de crianças. Em hospitais e cuidados paliativos, proporciona alívio da dor, conforto emocional e apoio em processos de luto e final de vida.

A eficácia da Musicoterapia

A eficácia da Musicoterapia se manifesta em diversas situações específicas. No estímulo à fala e à comunicação em pacientes com afasia, no alívio da dor e da ansiedade em tratamentos oncológicos, no desenvolvimento motor em crianças com paralisia cerebral, na redução do estresse em profissionais da saúde em ambientes hospitalares e no apoio ao equilíbrio emocional em pacientes em tratamento psiquiátrico.

Na área neurológica, a Musicoterapia tem demonstrado resultados promissores. Estudos com pacientes de Parkinson mostram que o ritmo musical facilita a locomoção e a coordenação motora. Na reabilitação pós-AVC, a música pode reativar áreas associadas à fala e à memória.

A música ativa simultaneamente diversas regiões cerebrais, promovendo a neuroplasticidade, um efeito benéfico na recuperação de traumas e no tratamento de doenças neurodegenerativas. A Musicoterapia Neurológica (MTN), por exemplo, aplica protocolos baseados na ciência para tratar condições como esclerose múltipla, lesões cerebrais e transtornos do desenvolvimento.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. A Musicoterapia se revela como uma ferramenta valiosa no tratamento do TEA, melhorando a comunicação, a interação social e os comportamentos adaptativos. O uso de ritmos previsíveis e atividades musicais estruturadas auxilia na organização sensorial e na regulação emocional, proporcionando um ambiente seguro para a expressão emocional e explorando a criatividade e a autonomia da criança.

A Identidade Sonora (ISSO) da criança é um conceito fundamental na Musicoterapia, referindo-se à relação única que cada pessoa desenvolve com os sons e a música ao longo da vida. O musicoterapeuta identifica quais sons causam desconforto ou rejeição e introduz gradualmente elementos sonoros que respeitem a individualidade e a tolerância da criança, criando uma relação positiva com o ambiente sonoro e promovendo o bem-estar.

A Musicoterapia se divide em duas abordagens principais: receptiva e ativa. A abordagem receptiva consiste em ouvir música, selecionada ou improvisada pelo terapeuta, com fins terapêuticos, auxiliando na redução do estresse, promovendo a introspecção e evocando memórias. A abordagem ativa envolve a criação musical, seja tocando instrumentos, cantando ou improvisando, incentivando a expressão emocional, a interação social e o desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas.

A Musicoterapia tem conquistado espaço significativo em clínicas, hospitais, escolas e ambientes corporativos, integrando ciência, arte e humanização. A universalidade da música e seu impacto profundo na vida das pessoas têm contribuído para sua crescente aceitação e reconhecimento global.

No entanto, é fundamental reconhecer o potencial iatrogênico da Musicoterapia, ou seja, os possíveis danos causados pelo uso inadequado da música em contextos terapêuticos. A prática musicoterapêutica deve ser guiada por princípios éticos sólidos, como o princípio da não-maleficência, que orienta os profissionais a evitar causar qualquer tipo de dano ao paciente. A avaliação individualizada, a supervisão profissional, a atenção ao contexto e ambiente e o monitoramento contínuo são essenciais para garantir a segurança e a eficácia da Musicoterapia.

Uma Imersão Profunda

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Sua natureza espectral significa que se manifesta de maneiras únicas em cada indivíduo, com variações significativas na gravidade dos sintomas e nas necessidades de suporte.

Características do TEA:

  • Comunicação Social: Indivíduos com TEA podem apresentar dificuldades na comunicação verbal e não verbal, incluindo dificuldade em iniciar ou manter conversas, compreender nuances da linguagem, como ironia e sarcasmo, e interpretar expressões faciais e linguagem corporal;

  • Interação Social: A interação social pode ser desafiadora para pessoas com TEA, que podem ter dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos, compreender normas sociais e expressar empatia;

  • Comportamentos Repetitivos e Interesses Restritos: Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, alinhar objetos ou repetir frases, são comuns no TEA. Interesses restritos e intensos em tópicos específicos também são característicos;

  • Sensibilidade Sensorial: Muitos indivíduos com TEA apresentam sensibilidade sensorial aumentada ou diminuída a estímulos como luz, som, toque, cheiro ou sabor. Essa sensibilidade pode levar a desconforto, ansiedade ou comportamentos de busca sensorial.

Níveis de Suporte no TEA:

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) classifica o TEA em três níveis de suporte, com base na intensidade dos sintomas e na necessidade de auxílio:

  • Nível 1 (Requer Suporte): Indivíduos neste nível podem apresentar dificuldades na comunicação social e comportamentos repetitivos, mas conseguem funcionar de forma relativamente independente com algum suporte;

  • Nível 2 (Requer Suporte Substancial): Indivíduos neste nível apresentam dificuldades mais acentuadas na comunicação social e comportamentos repetitivos, necessitando de suporte substancial para funcionar em diferentes contextos;

  • Nível 3 (Requer Suporte Muito Substancial): Indivíduos neste nível apresentam comprometimento grave na comunicação social e comportamentos repetitivos, necessitando de suporte muito substancial e constante para realizar atividades diárias.

Musicoterapia e TEA:

A Musicoterapia se revela como uma abordagem terapêutica eficaz para indivíduos com TEA, oferecendo um espaço seguro e estruturado para explorar a comunicação, a interação social e a expressão emocional. Através de atividades musicais personalizadas, o musicoterapeuta pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades importantes, como:

  • Comunicação: A música pode ser utilizada para estimular a comunicação verbal e não verbal, através de canções, jogos musicais e improvisação;

  • Interação Social: Atividades musicais em grupo podem promover a interação social, o desenvolvimento de habilidades sociais e a construção de relacionamentos;

  • Regulação Sensorial: A música pode auxiliar na regulação sensorial, através do uso de ritmos previsíveis e atividades musicais estruturadas.

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