A origem da música: descubra como tudo começou
Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe
A música, presente em todas as culturas ao redor do mundo, é uma forma de arte que transcende fronteiras e tempos. Para entender como ela surgiu, é necessário mergulhar na história, ao período em que nossos ancestrais começaram a explorar sons e ritmos como meio de comunicação e expressão.
As evidências arqueológicas sugerem que a música surgiu há pelo menos 60.000 anos antes de Cristo. Instrumentos primitivos, como flautas feitas de ossos de aves e mamutes, foram encontrados em sítios paleolíticos na Europa. Esses artefatos indicam que os humanos pré-históricos não apenas produziam sons ritmados, mas também buscavam criar melodias.
Antes do desenvolvimento da linguagem complexa, a música pode ter servido como uma forma crucial de comunicação. Ritmos e sons vocais ajudavam a transmitir emoções e intenções, fortalecendo os laços dentro dos grupos sociais. O ato de cantar e dançar em conjunto poderia promover a coesão social, essencial para a sobrevivência em ambientes hostis.
Cânticos na Igreja
A música desempenhou um papel central em rituais e práticas espirituais antigas. Acredita-se que ela era usada para se conectar com o divino, contar histórias de criação e celebrar eventos importantes. Tambores e cantos poderiam induzir estados de transe, facilitando experiências religiosas e comunitárias profundas.
Os cânticos gregorianos são uma forma de canto litúrgico que se desenvolveu durante a Idade Média na Igreja Católica Romana. Nomeados em homenagem ao Papa Gregório I, que liderou a Igreja entre 590 e 604 d.C., esses cânticos desempenharam um papel fundamental na história da música ocidental, influenciando profundamente a notação e a teoria musical.
Embora tradicionalmente atribuídos ao Papa Gregório I, a criação dos cânticos gregorianos foi um processo gradual que envolveu a compilação e a organização de melodias litúrgicas já existentes. O objetivo era unificar as práticas musicais da Igreja em todo o Império Carolíngio. Essa unificação facilitou a disseminação e a preservação dos cânticos por meio de escolas e mosteiros.
A necessidade de preservar com precisão os cânticos levou ao desenvolvimento da notação musical. Inicialmente, eram usados neumas, símbolos que indicavam a direção melódica. Posteriormente, o monge Guido d’Arezzo aprimorou esse sistema ao introduzir linhas e claves, dando origem à pauta moderna e facilitando o ensino e a transmissão da música escrita.
Função Litúrgica
Os cânticos gregorianos são parte integral da liturgia católica, utilizados em missas, ofícios divinos e outros rituais. Eles servem para:
- Enaltecer o Sagrado: Elevam o espírito dos fiéis, criando uma atmosfera de reverência;
- Transmitir Mensagens: As melodias reforçam o conteúdo das escrituras, ajudando na memorização e compreensão dos textos;
- Unificar a Congregação: Promovem a participação coletiva, fortalecendo a coesão da comunidade religiosa.
Os cânticos serviram como alicerce para o desenvolvimento da polifonia e da harmonia na música europeia; no século XIX, movimentos como o Cecilianismo buscaram reviver a pureza da música sacra, inspirando-se nos cânticos gregorianos.
Outra teoria
Outra teoria sobre a origem da música sugere que os primeiros humanos foram inspirados pelos sons da natureza. O canto dos pássaros, o som da água corrente e outros ruídos naturais podem ter motivado a reprodução e a incorporação desses sons em práticas culturais.
Com o tempo, a invenção e o aprimoramento de instrumentos permitiram uma maior variedade de expressões musicais. Cordas, percussões e instrumentos de sopro evoluíram, refletindo a criatividade humana e a diversidade cultural. A música tornou-se mais complexa, permitindo a composição de melodias e harmonias elaboradas.
Existem sete notas musicais básicas na música ocidental: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Essas notas formam a escala diatônica, que é fundamental na composição e teoria musical ocidental.
Origem das notas musicais:
As notas musicais e seu sistema de nomenclatura têm origem no século XI, graças ao monge beneditino italiano Guido d’Arezzo. Ele buscava uma maneira eficiente de ensinar cânticos gregorianos aos coristas, que muitas vezes tinham dificuldade em memorizar melodias complexas.
Guido utilizou um hino religioso em latim dedicado a São João Batista intitulado “Ut queant laxis”. Cada linha do hino começava com uma nota sucessivamente mais alta, e as sílabas iniciais de cada verso foram usadas para nomear as notas:
- Ut queant laxis
- Resonare fibris
- Mira gestorum
- Famuli tuorum
- Solve polluti
- Labii reatum
- Sancte Ioannes
- Ut: posteriormente substituído por Dó para facilitar a pronúncia.
- Si: formado pelas iniciais de Sancte Ioannes, foi adicionado para completar a escala de sete notas.
Esse sistema, conhecido como solfejo, permitiu que os cantores associassem cada nota a uma sílaba específica, facilitando o aprendizado e a memorização das melodias. A inovação de Guido d’Arezzo foi fundamental para o desenvolvimento da notação musical moderna, permitindo a escrita e a disseminação mais ampla da música.
Além do entretenimento, a música serviu como meio de transmitir conhecimento, tradições e histórias. Canções eram utilizadas para ensinar e lembrar eventos importantes, preservando a memória coletiva de povos e civilizações.
Alguns pesquisadores argumentam que a música influenciou a evolução do cérebro humano. A prática musical envolve diversas áreas cerebrais, estimulando habilidades cognitivas como a memória, a atenção e a linguagem. Essa estimulação pode ter contribuído para o desenvolvimento intelectual da espécie.
A origem da música é um tema que combina arqueologia, antropologia e psicologia, revelando muito sobre a natureza humana. Desde suas formas mais primitivas até as complexas composições contemporâneas, a música permanece uma linguagem universal. Ela conecta indivíduos, atravessa gerações e continua a ser uma poderosa forma de expressão emocional e cultural.
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