A alma sertaneja do acordeon | Musixe.com

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

O acordeon é um instrumento que possui uma rica tradição no universo da música sertaneja. Entre os clássicos do gênero, “60 Dias Apaixonado”, originalmente gravado por Chitãozinho e Xororó nos anos 80, é uma peça icônica que muitos aspirantes e adeptos do acordeon buscam dominar. Este artigo explora a estrutura musical e aborda alguns aspectos importantes para interpretar essa música no acordeon de forma correta e impactante, mantendo a essência do sertanejo de raiz.

Antes de abordar a melodia e os acordes da música, é crucial compreender a relevância do ritmo no acordeon, especialmente em gêneros como o sertanejo que muitas vezes utiliza compassos ternários. O ritmo é a alma da música e, para tocar “60 Dias Apaixonado”, o acordeonista deve ter fluência no acompanhamento ternário.

O acompanhamento no acordeon geralmente utiliza um padrão de baixo alternado, onde o primeiro tempo é marcado pelo baixo fundamental e os outros dois tempos pelo acorde com uma nuance percussiva. Este estilo de tocar não apenas sustenta a pulsação da música, mas também confere a ela um caráter dançante e envolvente, que é uma característica distinta do estilo sertanejo.

A complexidade da melodia em “60 Dias Apaixonado” reside em seu uso das escalas e na necessidade de coordenar a mão direita (teclado) e a mão esquerda (baixos). A melodia utiliza intervalos de terça, uma técnica comum que confere um senso de preenchimento harmônico.

A execução desses intervalos de forma precisa é fundamental para a autenticidade sonora. Uma metodologia eficaz inclui a prática da melodia em segmentos, identificando a sequência de notas e seus respectivos intervalos, principalmente ao descer a escala com controle e precisão.