A história do violão no Brasil: do choro à bossa Nova
Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe
O violão, com sua sonoridade acolhedora e versátil, teceu-se profundamente na tapeçaria da música brasileira, moldando estilos e acompanhando a evolução cultural do país. Desde as rodas de choro nos albores do século XX até a sofisticação da bossa nova, suas cordas vibraram em uníssono com a alma brasileira, revelando talentos e construindo um legado musical inestimável.
A chegada do violão ao Brasil remonta ao período colonial, com a influência de instrumentos de corda portugueses. No entanto, foi no final do século XIX e início do século XX que o violão começou a ganhar protagonismo, especialmente no Rio de Janeiro, com o surgimento do choro. Em meio aos seresteiros e às rodas musicais espontâneas, o choro floresceu como a primeira música urbana genuinamente brasileira.
O Choro: A Gênese da Virtuosidade Popular
O choro, com sua instrumentação característica (flauta, clarinete, cavaquinho, violão e pandeiro), exigia dos violonistas um domínio técnico apurado. Nomes como Pixinguinha, embora mais conhecido por sua flauta e composições, era um exímio violonista, contribuindo para a sofisticação harmônica do gênero. Ernesto Nazareth, pianista de formação, legou ao choro peças de rara beleza e complexidade para o violão, explorando suas possibilidades melódicas e rítmicas. João Pernambuco, um dos pilares do choro, elevou o violão a um novo patamar, com sua técnica inovadora e composições que exploravam a riqueza da música folclórica brasileira. Sua forma de tocar, com contrapontos elaborados e um ritmo pulsante, influenciou gerações de violonistas.
No universo do choro, o violão popular se destacava pela sua função de acompanhamento rítmico e harmônico, o chamado “baixaria”, e também como solista virtuoso, capaz de executar melodias intrincadas e improvisações brilhantes.
A Era de Ouro do Rádio e a Consolidação do Violão Popular
Com a ascensão do rádio nas décadas de 1930 e 1940, o violão ganhou ainda mais espaço na música popular brasileira. Cantores como Francisco Alves, o “Rei da Voz”, frequentemente acompanhavam-se ao violão, popularizando o instrumento em todo o país. Surgiram também grandes instrumentistas que transitavam entre o acompanhamento e o solo, como Garoto (Aníbal Augusto Sardinha). Garoto revolucionou a técnica do violão popular, introduzindo novos acordes, harmonias sofisticadas e um estilo de tocar que misturava influências do jazz e da música clássica. Sua versatilidade era notável, atuando como solista, acompanhador e arranjador.
A Bossa Nova: Uma Nova Harmonia para o Violão
Na década de 1950, um novo movimento musical sacudiu o Brasil: era a bossa nova. Tendo o violão como um de seus pilares, a bossa nova trouxe uma sonoridade mais intimista e sofisticada, com harmonias complexas e uma batida sincopada inconfundível. João Gilberto foi a figura central desse movimento. Sua maneira revolucionária de tocar o violão, com a famosa “batida” que integrava ritmo e harmonia de forma inovadora, definiu o som da bossa nova. Suas interpretações minimalistas e aveludadas transformaram canções e influenciaram músicos em todo o mundo. Tom Jobim, um dos maiores compositores da música brasileira, tinha no violão um instrumento fundamental para a criação de suas melodias e harmonias complexas. Embora pianista, sua compreensão do violão era essencial para a identidade sonora da bossa nova.
Na bossa nova, o violão popular alcançou um novo nível de sofisticação, com arranjos elaborados e uma integração melódica e rítmica que se tornou a marca do gênero.
As Vertentes do Violão: Erudito, Fingerstyle e Popular
É importante distinguir as diferentes abordagens e técnicas do violão:
- Violão Erudito (ou Clássico): Segue a tradição da música clássica, com repertório específico de compositores como Bach, Villa-Lobos e Tarrega. A técnica envolve a utilização dos dedos de forma independente para produzir melodias, harmonias e contrapontos complexos, geralmente em um violão com cordas de nylon;
- Violão Fingerstyle: Uma técnica mais contemporânea que se desenvolveu a partir do violão popular, mas que também incorpora elementos da música erudita e de outros estilos como o blues e o folk. O violonista fingerstyle executa simultaneamente a melodia, o acompanhamento harmônico e o baixo, utilizando os dedos de forma independente e explorando diversas texturas e ritmos;
- Violão Popular: Abrange uma vasta gama de estilos musicais populares, como o choro, o samba, a bossa nova, o sertanejo, o rock, entre outros. A técnica pode variar bastante dependendo do gênero, mas geralmente envolve o uso de acordes, dedilhados e batidas específicas para cada estilo. O violão popular pode ser tocado com cordas de aço ou nylon.
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