Musixe disponibiliza novo curso de Campo Harmônico: a espinha dorsal da música | Musixe.com

Thiago Rocioli
Da Redação/Musixe

Já se pegou cantarolando uma música e percebeu que ela tem momentos de calmaria e outros de tensão? Esse jogo de sensações é orquestrado pelo campo harmônico, um conceito essencial na música que organiza os acordes e dá vida às melodias. A Musixe disponibilizou o seu mais novo curso dedicado a espinha dorsal da música, o campo harmônico.

Imagine o campo harmônico como um sistema organizado de acordes que “nascem” de uma escala musical. É como se a escala fosse a “matéria-prima” e o campo harmônico, o conjunto de “produtos” que podemos criar a partir dela. Esses acordes não são jogados aleatoriamente; eles seguem uma lógica, uma estrutura que define como eles se relacionam entre si, criando uma base para a música se desenrolar de forma coerente.

Escalas: A “Matéria-Prima” do Campo Harmônico

As escalas são sequências de notas organizadas de um jeito específico, como se fossem “receitas” para criar melodias e harmonias. Na música tonal, que é a base da maior parte da música popular e erudita ocidental, as escalas mais importantes são a maior e a menor.  

• Escala Maior: A escala de Dó maior (C-D-E-F-G-A-B-C) é um exemplo clássico. A distância entre as notas dessa escala segue um padrão específico de tons (T) e semitons (S): T-T-S-T-T-T-S. Um tom é o intervalo entre duas notas inteiras (como de Dó para Ré), e um semitom é o menor intervalo entre duas notas (como de Mi para Fá).

Escala Menor: Essa escala costuma ter um som mais melancólico, introspectivo. A escala de Lá menor (A-B-C-D-E-F-G-A) é um exemplo. A escala menor natural segue o padrão: T-S-T-T-S-T-T.  

Além dessas, existem variações da escala menor, como a menor harmônica (que tem o sétimo grau elevado em meio tom para criar mais tensão) e a menor melódica (que eleva o sexto e o sétimo graus para suavizar a melodia).  

Cada nota da escala serve como “raiz” para a construção de um acorde. Ao empilhar terças (intervalos de duas notas) sobre cada nota da escala, criamos uma sequência de acordes que pertencem àquela tonalidade.  

Essa sequência de acordes é o campo harmônico. Por exemplo, o campo harmônico de Dó maior é formado pelos acordes Cmaj7, Dm7, Em7, Fmaj7, G7, Am7 e Bm7(b5). Cada um desses acordes tem um papel, uma função dentro da tonalidade.  

Com as escalas em mãos, podemos construir o campo harmônico. Cada nota da escala se torna a “raiz” de um acorde, como se fosse a semente de uma árvore. Empilhamos terças (intervalos de duas notas) sobre essa raiz para formar os acordes.  

• Tríades: Os Acordes Fundamentais As tríades são os acordes mais simples, compostos por três notas. O acorde de Dó maior (C-E-G) é uma tríade maior, enquanto o de Lá menor (A-C-E) é uma tríade menor. Existem também as tríades aumentada e diminuta, cada uma com sua própria cor e sabor.  

• Tétrades: Adicionando Profundidade e Cor As tétrades são acordes de quatro notas, que adicionam uma camada extra de complexidade e riqueza à harmonia. O acorde de Dó maior com sétima maior (Cmaj7) e o acorde de Sol com sétima (G7) são exemplos de tétrades.  

Progressões Harmônicas: A Narrativa Musical

Os acordes do campo harmônico não são usados aleatoriamente. Eles se organizam em sequências chamadas progressões harmônicas, que contam uma história musical. Algumas progressões são como frases feitas, tão comuns que nossos ouvidos já as reconhecem instantaneamente.  

Pense na progressão I-IV-V-I (em Dó maior: C-F-G-C) como uma jornada de volta para casa. O acorde I (Dó maior) é o lar, o ponto de repouso. O acorde V (Sol maior) cria uma tensão que nos faz ansiar pelo retorno ao lar. O acorde IV (Fá maior) é um passo nessa direção.

O campo harmônico é a gramática da música. Ele nos permite entender como as músicas são construídas, analisar suas estruturas e criar nossas próprias composições e arranjos. É uma ferramenta essencial para qualquer músico que deseja se aprofundar na arte da harmonia.

Em resumo, o campo harmônico é um sistema organizado que nos permite entender como os acordes se relacionam dentro de uma tonalidade, e como eles podem ser usados para criar progressões musicais que expressam diferentes emoções e ideias. Quem é aluno da Musixe pode explorar mais sobre o tema no curso dedicado ao tema.